O estilista Alexandre Herchcovitch trouxe para sua passarela masculina doSPFW um tecido feito 100% com matéria-prima reciclada: o EcoSimple. Já usado para o mercado de decoração, agora foi sua estreia no mundofashion. E em boas mãos, com o respaldo de um estilista renomado que abraça causas conscientes e é unanimidade entre os críticos de moda. O EcoSimple é resultado de um complexo processo de produção elogística. Os resíduos de confecções e indústria têxtil são separados por cores por famílias de baixa renda dos arredores de Blumenau. Depois, já agrupados por cores, seguem para a fábrica para a desfibragem num processo chamado de “rasgamento” que não usa nenhum produto químico. Já em forma de fibras, esses materiais são fiados e, por último, os fios sãotecidos.
O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds) realiza dia 31 de agosto, das 9h às 17h, no Hotel Sheraton Porto Alegre, o segundo do Ciclo de Encontros Sustentáveis 2010, abordando a “Comunicação e Educação para a Sustentabilidade”. O evento é gratuito, mas as inscrições são limitadas.
Faça sua inscrição pelo site www.sustentavel.org.br.
*Soraya Pires
Nesse blog eu espero que tenho deixado claro o que é o Marketing Verde, e as nossas preocupações com o mesmo. Agora vou mostrar mais de perto como é esse novo consumidor: O Consumidor Ecológico. Vou usar alguns termos que aprendi no meu curso de Marketing, da matéria de Comportamento do Consumidor.
"Para se obter melhor visibilidade e compreensão de como o ser humano é capaz de agir com relação às decisões de consumo, os profissionais estudam o comportamento do consumidor: os pensamentos, sentimentos e ações dos consumidores e as influências sobre eles que determinam mudanças. Este estudo, muitas vezes, centra-se no processo de compra e na variedade de forças que o modelam. (Churchill & Peter, 2000) O comportamento do consumidor deve ser entendido como as atividades diretamente envolvidas em obter, consumir e dispor serviços, incluindo os processos decisórios que antecedem e sucedem estas ações. (Engel et al, 2000)"
As relações de comportamento em função do meio ambiente, são classificadas, segundo Ottman (1994), em 5 perfis distintos:
- Verdes Verdadeiros – indivíduos com fortes crenças ambientais efetivamente vivenciadas. Evitam consumir de uma companhia com reputação ambiental questionáveis, escolhem produtos e serviços ecologicamente corretos. Acreditam que podem fazer pessoalmente uma diferença na resolução de problemas ambientais.
- Verdes do dinheiro - apóiam o ambientalismo, através de doação de dinheiro e muito pouco com doação de tempo ou ação. Sentem-se ocupados demais para mudar seus estilos de vida, entretanto, são felizes e conseguem expressar suas crenças com carteiras e talões de cheque.
- Quase-verdes - querem mais legislação pró-ambiental, porém, não acreditam que eles mesmos possam fazer muito para exercer um impacto ambiental positivo. Não desejam pagar mais por produtos pró-ambientais. Ficam incertos quando forçados a escolher entre o ambiente e a economia. Este é o grupo da liberdade de ação e da indefinição, que pode ir de um lado a outro em qualquer questão ambiental.
- Resmungões - realizam poucas ações ambientais, mas acreditam que outros consumidores também não estejam cumprindo sua parte. Pensam que a empresa deveria resolver os problemas e que, além de custarem muito mais do que seus correspondentes não-verdes, os produtos verdes não funcionam tão bem. Sentem-se confusos e desinformados sobre questões ambientais, achando que toda a coisa é problema de outra pessoa e que um terceiro deveria resolve-la; - Marrons básicos - é o menos envolvido com o ambientalismo. Acreditam basicamente que não há muito que os indivíduos possam realizar para fazer uma diferença; São os indiferentes. Podemos notar que a classificação usada pela autora Ottman (1994), foi o da segmentação psicográfica que consistem em classificar os tipos comportamentais se orientando pelo de modo de vida, gostos e comportamentos de grupos e indivíduos. Além da segmentação psicográfica ainda existem, por exemplo, segundo Kotler (1995, 1998, 2000) segmentação demográfica (etnia, classe social, poder aquisitivo, escolaridade, sexo, religião, etc.), geográfica (localização), por benefício, por ordem de compra, entre outros. Deve-se compreender que a utilização desta técnica objetiva visualizar melhor os grupos com suas características em comum, não com o intuito de discriminá-los, mas com a consciência de que os grupos são diferentes e cabe as organizações diminuírem estas diferenças, compreendendo as necessidades específicas de cada mercado e levando satisfação a todos de forma comum, porém adequada aos desejos de cada segmento. Assim, os profissionais de Marketing utilizam-se desses meios para as pesquisas e acertar o seu Público-alvo e impulsionar suas vendas através de suas ações de marketing.
Estava garimpando algumas notícias e encontrei essa que vou postar. Achei interessante porque, está relacionada ao meu último post, onde eu deixo claro minha preocupação com o falso marketing verde.
A inteligência ecológica ataca o falso marketing verde
Autor: GOLEMAN, Daniel
Fonte: FSP, Vitrine, p. 8
“O tema é de extrema importância”, ressaltou o deputado Sarney Filho, durante a abertura do seminário, promovido nos dias 13 e 14 de julho.
O Brasil, embora tenha bons exemplos de avanços na proteção da biodiversidade do país, não cumpriu suas metas de conservação estabelecidas para 2010 pela CDB. A redução do desmatamento na Amazônia e a criação de áreas protegidas também neste bioma foi significativa, mas não suficiente. O país não alcançou os comprometidos 30% de unidades de conservação na Amazônia, os 10% de unidades de conservação nos demais biomas e o desmatamento zero da Mata Atlântica.
Os outros 190 países que fazem parte dessa convenção da Organização das Nações Unidas também não conseguiram cumprir o compromisso e, em outubro, na COP-10 em Nagoya, terão que definir o que será feito nos próximos 10 anos, e de fato começar a fazer.
Quem cobra é a própria biodiversidade: estudos apontam que o mundo está próximo de um ponto em que os ecossistemas estarão fragilizados de tal maneira que não conseguirão mais se recuperar.
Seminário
O seminário “Ano Internacional da Biodiversidade: os desafios para o Brasil” é uma iniciativa da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
Com dois dias de duração, o evento é dividido em 11 painéis de temas relacionados à biodiversidade, entre eles a proteção de ecossistemas marinhos, espécies invasoras e o impacto de projetos de infraestrutura.
O tema do primeiro painel foi “O que o Brasil vai levar à COP-10/CDB?”. Participaram da mesa o diretor de conservação da biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente (MMA) Braulio Dias; David Oren, representando o Ministério de Ciência e Tecnologia; Anita Diederichsen, cientista da organização The Nature Conservancy (TNC); Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil, Fábio Scarano, diretor-executivo da Conservation Internacional (CI) e Elisa Dezolt, analista de política da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Alguns pontos foram comuns na fala dos participantes sobre o que o Brasil, e o mundo, precisam avançar na COP da CDB: a definição de metas ambiciosas no novo plano estratégico para 2020, o reconhecimento do valor econômico da biodiversidade e a sua relação com as mudanças climáticas e a urgência da assinatura do protocolo de acesso e repartição de benefícios de recursos genéticos. Ainda a criação de plataforma científica no âmbito da Convenção para estudo da biodiversidade foi destacada pelos participantes.
Para Cláudio Maretti, “o Brasil, como o primeiro país do mundo em termos de riqueza da biodiversidade, deve assumir um papel de liderança nas discussões sobre o tema. O país tem potencial para ser líder da economia verde, na COP da CDB, na inclusão do valor da biodiversidade nas contas nacionais e ainda ficar à frente do processo de criação da plataforma de estudos da biodiversidade. Precisamos agora agir”.
TEEB
O estudo TEEB (sigla em inglês para A Economia dos Ecossistemas e Biodiversidade) consiste em uma série de relatórios sobre o valor econômico da biodiversidade, destinada a diferentes públicos, tais como ambientalistas, economistas, governos, empresas e cidadãos.
O objetivo do estudo é avaliar os custos da perda de biodiversidade no mundo e conscientizar os diversos setores da sociedade sobre a importância da conservação, inclusive, para a economia global.
“Este estudo está mostrando que a biodiversidade é fundamental para a manutenção de toda a economia, tanto do próprio agronegócio, como da indústria e outras atividades urbanas. O Brasil precisa avançar mais nessa discussão que ainda está superficial no país”, ressaltou Cláudio Maretti.
O valor econômico da biodiversidade fica ainda mais evidente quando o assunto são as chamadas catástrofes naturais. “A biodiversidade tem um papel fundamental não só na prevenção, mas principalmente na adaptação às mudanças climáticas. Um exemplo disso é que a proteção das áreas de proteção permanentes (APPs) ao longo dos rios diminui o risco e as graves consequências das enchentes. Mas não lembraram do valor disso na discussão de revisão do código florestal brasileiro”, aponta Maretti.
Para Braulio Dias, “líderes e empresários não conseguem associar causa e efeito no momento em que ocorrem as catástrofes. Acham que são fatalidades e não associam ao mau uso. É preciso fazer essa relação e o TEEB ajuda a mostrar qual é o custo da prevenção, pela conservação, e o custo da remediação”.
Plano Estratégico
O Plano Estratégico foi criado pelos países signatários da CDB em 2002 para guiar a implementação dos objetivos da Convenção em relação à redução da perda de biodiversidade em âmbitos nacional, regional e global. Algumas metas definidas no plano vencem em 2010 e um novo plano para o período de 2011 a 2020 será debatido na COP-10/CDB.
Para o WWF-Brasil as metas desse novo Plano Estratégico devem ser ambiciosas. A organização defende que no Brasil sejam parte do compromisso, entre outros: o monitoramento do desmatamento em todos os biomas; a redução a zero da taxa de desmatamento até 2015 e da taxa de perda de biodiversidade até 2020 e a gestão de 20% de áreas protegidas em sistemas eficazes em todas ecorregiões.
“Não dá mais para postergar a ação. Diversos ecossistemas estão próximos de um ponto de colapso, em que não poderemos fazer mais nada”, afirmou Maretti no seminário.
ABS
ABS (sigla em inglês, para access and benefit sharing) é um dos objetivos da Convenção sobre Diversidade Biológica que visa garantir o acesso democrático aos recursos genéticos e a repartição de seus benefícios de forma justa e igualitária.
Este é o objetivo, entre os três da CDB, cujas discussões menos avançaram e, portanto, há uma grande expectativa para que ele seja amplamente debatido durante a COP no Japão. Espera-se a assinatura do protocolo que regulamenta o tema.
Para o governo brasileiro o tema é prioritário e o mesmo assumiu uma postura firme na última reunião do Órgão Subsidiário de Aconselhamento Científico, Técnico e Tecnológico da CDB (SBSTTA, em inglês) para conseguir avanços nesse sentido: condicionou a aprovação das metas do plano estratégico à aprovação do protocolo de ABS.
“A delegação brasileira explicitamente colocou em colchetes a aprovação do plano estratégico que está sujeito a aprovação do protocolo de ABS e regime de aporte de recursos financeiros. Existe grande exigência para conservação, mas países europeus não querem arcar com custos para ajudar países em desenvolvimento a conservar. Este será uma dos grandes embates na COP -10”, apontou Braulio Dias, do MMA.
IpBes
Os participantes do seminário também ressaltaram a necessidade da criação da Plataforma Científica Intergovernamental para Biodiversidade e Serviços Ecológicos (ipBes).
Esta plataforma trabalharia como um grupo de estudos sobre biodiversidade para apoiar a CDB, tal como faz o conhecido Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). O tema será debatido na próxima Assembléia Geral das Nações Unidas que acontece em setembro nos estados Unidos.